Atualmente é muito comum nos depararmos com alguns questionamentos de nossos pacientes no que se refere ao melhor dia de transferência embrionária quando comparada ao estágio de desenvolvimento dos embriões (D3 ou D5) e a taxa de gestação. Existem vantagens na transferência de embriões tanto no terceiro dia de desenvolvimento (D3) quanto no quinto (D5) do embrião. As clínicas de reprodução assistida, visando sempre o melhor resultado para os pacientes, avaliam os casos de forma individualizada baseadas sempre em relatos científicos, somados aos resultados obtidos em sua rotina e assim definir o melhor dia da transferência do embrião. A vantagem de transferir um embrião no terceiro dia de desenvolvimento (D3) é reduzir o tempo de exposição daquele ao meio de cultivo artificial e à incubadora que, mesmo tendo todo o aporte de gases e temperatura ideal favoráveis ao desenvolvimento embrionário, semelhantes ao ambiente uterino, ainda assim, não é perfeito como na natureza. A estratégia de transferir embrião no quinto dia de desenvolvimento (D5) é baseada em mimetizar as condições fisiológicas naturais visto que, é no estágio de blastocisto que o embrião quando alcança a cavidade uterina ocorre a implantação. A transferência de embrião em D5 nos permite além de uma melhor seleção embrionária, já que o embrião permanece em cultura por mais dois dias de desenvolvimento, nos permite também a possibilidade de realizar o estudo genético embrionário, recomendado a ser realizado em embriões no estágio de blastocisto. Em contrapartida, no estudo de Rao e colaboradores (2019), que teve como objetivo comparar resultados clínicos relacionados à transferência de embriões em estágio de clivagem (D3) e blastocistos (D5), foi observado que a taxa de gravidez bioquímica, a taxa de gravidez clínica e a taxa de gravidez em curso foram semelhantes entre os dois grupos. Com tudo isso, a escolha de se transferir um embrião em D3 ou D5 deve ser personalizada levando em consideração alguns fatores como, o andamento do caso, a qualidade e a quantidade dos embriões formados, o estágio de desenvolvimento que os embriões se encontravam em cada transferência anterior a fim de mudar a estratégia e questões emocionais, como a ansiedade do casal.