Os pacientes de reprodução assistida não são iguais, pois cada um carrega uma história diferente. Logo, merecem ser acolhidos de forma individualizada desde o momento em que escolhem a clínica até o tão sonhado beta positivo. Receber a melhor experiência do paciente é algo que todas as famílias tentantes merecem. Assim, vamos fornecer dicas e ferramentas de suporte à tomada de decisão para que isso se realize.
1 – Converse com seu ginecologista sobre a escolha da clínica
Nada substitui a relação de confiança entre médico e paciente.
Quando abordar o ginecologista?
Lembre-se que a infertilidade é a incapacidade de engravidar após 12 meses de tentativas sem cobertura anticoncepcional. Logo, o seu ginecologista levará em conta este conceito e período.
Preciso esperar 12 meses para falarmos sobre a clínica?
Não! A qualquer momento vocês podem e devem abordar este tema. O seu ginecologista deverá fazer um planejamento da abordagem do seu tratamento e o que acontecerá se todas as tentativas falharem. Ele está preparado para propor diversas abordagens chamadas de baixa complexidade e até mesmo propor a alta complexidade.
O seu ginecologista pode estar preparado tecnicamente para implementar a alta complexidade ou te encaminhar para outro médico de confiança e que possa continuar o tratamento. Então, fale com seu ginecologista a qualquer momento da sua jornada, afinal escolher a clínica passa por confiança.
2 – O que não considerar na escolha da clínica?
Promessas – cuidado com as promessas que não podem ser cumpridas.
Você confiaria em uma clínica que te prometesse 100% de chances? Infelizmente as técnicas de reprodução assistida ainda não garantem 100% de chances de gravidez. Apesar de evoluírem de forma robusta e confiável, as probabilidades de gravidez podem variar conforme o protocolo aplicado por cada médico e/ou clínica, mas nunca (até o momento será 100%).
Ou seja, fique atento quanto às promessas de 100% de chances de engravidar com procedimentos de reprodução humana. Seja criteriosos quanto às informações e na dúvida pergunte.
3 – Cuidado, o que é bom para sua amiga, pode não ser para você
Subjetividade – cuidado com o que você “gosta ou não gosta”
Minha amiga falou muito bem da clínica e outra falou mal. Sinceramente, nenhuma clínica quer fazer algo errado ou entregar uma má experiência. De forma geral, todas querem o melhor para os pacientes e para isso investem e treinam seu pessoal.
A maioria dos problemas com pacientes que ocorrem em uma clínica estão ligados às falhas de comunicação. Que podem acontecer por parte dos pacientes também. Logo, se alguém falou mal de uma clínica, tente pesquisar mais pessoas que passaram pela mesmo local e provavelmente encontrará outras tantas falando bem.
Tente evitar a subjetividade e considere fatos objetivos que possam te impactar positivamente e também negativamente e escolha o que é melhor para você de acordo com suas necessidades. O que foi bom para alguém necessariamente pode não sê-lo para você, concorda?
4. Analisando o site da clínica de reprodução humana
Conteúdo básico de um site.
Site seguro, observe se aparece a palavra inseguro. Se aparecer a palavra INSEGURO é um indicador que o site é vulnerável. Encontre informações sobre a clínica, equipe, tratamentos, vídeos e textos diversos que ajudarão a entender melhor a infertilidade e os tratamentos oferecidos.
Botão de contato, WhatsApp, chat, e-mail, telefone e outros canais de conexão com os pacientes, atendimento de telemedicina, etc.
Observe se aparece alguns selos de acreditação, sociedades médicas, programas de qualidade, entre outros.
Estes selos não são obrigatórios. As clínicas novas ainda não receberam, e a falta deles não diminui a reputação da clínica.
Botão link para as redes sociais. Veja os conteúdos que a clínica divulga nas redes sociais, principalmente Instagram e Youtube.
5 – Verificando o registro profissional e especialista
Verifique o registro profissional do médico e depois certifique-se no site da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida.
6 – Pesquisando nas redes sociais e grupos de pacientes
O que dizem sobre a clínica e os médicos? Seja criteriosa ao utilizar informações
encontradas nos grupos de pacientes, Instagram e outros. Existem grupos de apoio que possuem propósitos de dar suporte de maneira estruturada, como o Nós Tentantes, por exemplo. Nestes grupos você pode confiar. Porém, muita cautela nos grupos fechados e/ou abertos da internet ou plataformas digitais onde qualquer pessoa protegida por um pseudônimo pode postar qualquer coisa e até mesmo ser injusta com profissionais médicos e clínicas.
Procure sempre os grupos de apoio que tenham propósito, endereço, nomes, responsáveis e/ou as sociedades profissionais.
Cuidado com os comentários de pacientes no Instagram, podem de fato refletir a verdade ou não. Na dúvida, fale diretamente com a clínica ou com o médico.
7. Analisando o corpo clínico
Sua jornada precisa de vários especialistas, a clínica está preparada?
Especialista em Reprodução Humana;
Especialista em Andrologia;
Embriologista que conversa com os pacientes;
Enfermeira que orienta os pacientes;
Psicologia que interage com os pacientes;
Nutricionista que orienta os pacientes;
Especialista em acupuntura;
Gestora de acolhimento;
Secretária que me atende quando eu ligar;
Mais alguém?
Quando você analisa a equipe da clínica você encontra todos os especialistas que poderiam te acolher ao longo da jornada? Verifique se a clínica conta com suporte nas diferentes áreas.
8. Fazendo o primeiro contato com a clínica
A primeira impressão é a que fica
Acho que vou agendar via…
– Observe se o retorno do seu contato foi “rápido” para suas expectativas.
– O agendamento atendeu suas expectativas de data e horário?
– O especialista que você queria tinha disponibilidade?
– O atendimento de marcação foi gentil?
– Você recebeu a confirmação da consulta?
– Foi oferecido Telemedicina?
– Foram detalhadas as medidas de segurança a serem observadas?
– As formas de pagamentos foram informadas?
– Informaram sobre levar exames médicos já realizados?
– Você gostou do primeiro atendimento?
9. A clínica/especialista tem laboratório próprio ou utiliza um laboratório de referência? Como assim?
Procure saber qual o laboratório de embriologia a clínica utiliza ou se possui laboratório próprio
– É comum que médicos atendam os pacientes em consultórios e utilizem o laboratório de embriologia de outra clínica;
– Muitos médicos preferem utilizar os serviços de laboratórios de embriologia já consagrados;
– Alguns especialistas utilizam até três laboratórios como forma de melhor segmentar os pacientes de acordo com o perfil dos seus pacientes.
10. A clínica/especialista utiliza os serviços para testes genéticos de algum laboratório? Qual?
Testes genéticos já são utilizados em metade dos tratamentos de infertilidade no Brasil. A maioria das pessoas são portadoras de certas mutações genéticas. Embora os portadores sejam pessoas saudáveis, se ambos os pais têm uma mutação no mesmo gene a probabilidade de ter uma criança afetada é 25%.
Existem inúmeros testes genéticos que podem ser considerados no protocolo de tratamento da infertilidade. Procure saber se a clínica possui um laboratório de genética conectado com o laboratório de embriologia, isto será de grande relevância.