A doação de embriões é um procedimento indicado para mulheres que não têm óvulos em quantidade e ou qualidade e desejam a gestação independente. Também podem optar por fazer a transferência de embrião congelado doado casais que possuem fatores de infertilidade associados à qualidade ou quantidade de gametas (óvulos e espermatozoides), possibilitando, assim, a constituição de uma família e a realização do sonho da maternidade.
Vale ressaltar que o casal que doou o embrião não deve conhecer o casal ou mulher que vai recebê-lo, já que no Brasil a doação de gametas e embriões é anônima. Além disso, não pode haver troca financeira entre doador-receptor.
Como funciona a doação de embriões?
Após avaliação médica detalhada, devemos preparar o endométrio (camada que reveste o útero internamente) da mulher que vai receber o embrião. O objetivo é simular o ambiente hormonal e fisiológico ideal para que o embrião se implante no útero e evolua de forma saudável.
No início do ciclo menstrual, é feito um ultrassom transvaginal para avaliar o útero e ovários: se estiverem adequados para a fase, o preparo endometrial é iniciado com estradiol, que pode ser por via oral (comprimidos) ou transdérmica (adesivos, gel). Após cerca de sete dias, é feito um novo ultrassom e a espessura e características do endométrio são avaliadas. Além disso, os ovários não podem ter folículos grandes.
Quando a espessura endometrial chega a 7 mm ou 8 mm, é iniciada a progesterona por via vaginal (Utrogestan®, Crinone®, Evocanil®), e a transferência do embrião é agendada para três a cinco dias após, dependendo da fase em que o embrião foi congelado. O teste de gravidez é feito nove a 11 dias depois da transferência.
Quais são as chances de sucesso?
Depende da qualidade do embrião congelado e da qualidade após descongelamento, além do padrão do útero e endométrio da receptora. Em média, a taxa de gravidez varia de 40% a 60%. Mesmo não sendo a primeira opção dos casais que chegam às clínicas de reprodução humana, a doação de embrião é uma alternativa viável quando as duas pessoas do casal possuem algum impedimento de engravidar ou em casos de gestação independente em mulheres com idade reprodutiva avançada ou baixa reserva ovariana.