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É uma técnica de reprodução humana assistida de baixa complexidade. Consiste basicamente no acompanhamento do ciclo menstrual da mulher e fornecimento de orientação em relação ao melhor momento para que o casal tenha relações sexuais e favoreça as chances de uma gravidez. Todo esse processo é feito com base em exames de ultrassom e orientação de um especialista.

Considerada simples e eficiente, a técnica de coito programado é usada para otimizar o encontro do espermatozoide com o óvulo dentro do organismo feminino, aumentando assim as chances de gestação. Para favorecer este processo, os ovários da mulher podem ser estimulados por meio de medicamentos, permitindo a identificação do período fértil em que o casal deve manter relações sexuais para que ocorra a fecundação.

Como funciona?

O método de coito programado pode ser realizado tanto em um ciclo completamente natural da paciente ou em um ciclo estimulado por baixas doses de medicamentos que auxiliam na indução ou sincronização da ovulação. Este estímulo promove crescimento de uma quantidade maior de folículos dentro de um mesmo ciclo menstrual, aumentando o número de óvulos disponíveis para fecundação (geralmente em torno de 2 a 3).

A utilização dos medicamentos começa no início do ciclo menstrual e é monitorada por meio de ultrassonografias transvaginais, que ajudam a acompanhar o crescimento dos folículos e o desenvolvimento do endométrio. Após cerca de 10 a 14 dias, espera-se que os folículos ovarianos já tenham atingido tamanho suficiente para ovulação — que pode ocorrer espontaneamente ou também ser induzida por fármacos.

A partir deste ponto, o casal deverá planejar suas relações sexuais para que ocorram no período fértil da mulher. Não é necessário que este momento se torne artificializado ou tenha caráter obrigatório, uma vez que o óvulo dura cerca de 12h a 36h no organismo feminino — enquanto o espermatozoide fica ativo de 48h a 72h. Este intervalo de segurança permite que o casal tenha uma relação natural.

Para quem o tratamento é indicado?

Uma vez que o método do coito programado se baseia na concepção natural, atuando apenas no estímulo da fecundação e utilizando-se dos óvulos do corpo da mulher, a técnica é indicada principalmente para casais que apresentam infertilidade associada à anovulação. Esta é uma situação caracterizada pela ausência de ovulação, condição feminina que pode ser provocada por uma série de patologias, sendo uma das mais frequentes a Síndrome dos Ovários Policísticos (embora esta não seja sua única causa).

Isso significa que, para o sucesso da gestação, é necessário que o homem apresente uma avaliação normal do sêmen e de seus níveis hormonais. No caso da mulher, os exames devem apontar uma avaliação positiva das tubas uterinas e da produção de óvulos, assim como dos níveis hormonais.

O sucesso do tratamento depende de uma quantidade mínima de espermatozoides com boa motilidade, além do funcionamento de pelo menos uma das trompas da mulher. Sendo assim, cabe a um médico especializado em Reprodução Humana solicitar exames de espermograma e histerossalpingografia, avaliando os resultados obtidos antes de iniciar a técnica do coito programado.

A abordagem é indicada para situações em que: ​

  • O casal não consegue engravidar devido a problemas de ovulação, mas os exames apresentam normalidade do sêmen e tubas uterinas; 
  • Mulheres que sofrem com a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP); 
  • Casais que apresentam baixa frequência sexual; 
  • Casais com rotina de horários incompatíveis e que, por consequência, não conseguem manter relações sexuais dentro do período fértil da mulher. 

Quais são as chances de sucesso do coito programado?

As taxas de sucesso da metodologia são de 10% a 20%, sendo que essa porcentagem tende a diminuir conforme mais avançada for a idade da mulher. Isso acontece porque a técnica de Reprodução Humana por meio do coito programado utiliza os óvulos naturais da mulher, que envelhecem juntamente com seu organismo, reduzindo assim as chances de uma gestação à medida em que os anos passam.

Em geral, são indicadas até três tentativas de gestação por meio desta técnica, que podem ser feitas consecutivamente sem causar prejuízos à saúde da mulher. Se o casal não conseguir engravidar com essas tentativas, é recomendado passar para tratamentos de reprodução assistida mais complexos e com maior taxa de sucesso, tais como inseminação intrauterina ou fertilização in vitro.

*Colaborou como fonte neste texto o Ginecologista e Obstetra Dr.Rodrigo Rosa Filho.