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O potencial reprodutivo masculino é o resultado de todo potencial genético de produção de espermatozoides advindo dos pais, subtraído de tudo aquilo que possa afetar e reduzir esta capacidade herdada, nas mais variadas fases da vida. Potencial Reprodutivo = herança genética – fatores de agravo à espermatogênese.

Nas últimas décadas, muitos trabalhos vêm mostrando queda global na taxa da produção de espermatozoides. Algumas estimativas atuais chegam a uma redução de até 60% desde o início da década de 1970. Esta baixa estaria relacionada a vários fatores, entre eles dois em especial: o estilo de vida dos países industrializados, acarretando sedentarismo e obesidade e a contaminação de todo meio ambiente por químicos, também chamados de disruptores endócrinos, encontrados nos plásticos, nas roupas, nas fragrâncias dos perfumes, no sabão/shampoo, em eletrônicos, etc.

A jornada da vida reprodutiva do homem:

O potencial de produção de espermatozoides pode ser afetado tão precocemente quanto na vida intrauterina, mas neste momento de formação dos órgãos, pouco se tem a fazer para que possamos impedir um prejuízo futuro. As orientações obstétricas para que as mulheres grávidas evitem se expor a substâncias que possam reduzir o número de células produtoras de espermatozoides (espermatogônias) no feto são a principal arma existente. Esta situação, entretanto, contrasta radicalmente nas fases da vida da adolescência, adulto jovem e adulto maduro, período em que a atuação médica pode prevenir, reverter ou atenuar os fatores que possam prejudicar a produção de espermatozoides, promovendo uma proteção para o potencial reprodutivo futuro. 

Adolescente de 10 a 19 anos:

Momento das descobertas e de grande exposição aos mais diversos riscos à saúde, muitas vezes de forma inconsciente. A experimentação do cigarro e das drogas em geral inicia-se nesta fase da vida, assim como o abuso do álcool. Todas essas substâncias são prejudiciais para a produção de espermatozoides. A obesidade, frequentemente acompanhada da produção excessiva de hormônio feminino estradiol, pode impactar negativamente no aumento dos volumes testiculares.  Por fim, é nesta etapa da vida que aparece a doença mais importante causadora de infertilidade masculina: a varicocele. Responsável por até 40% dos casos de infertilidade masculina e de até 80% das ocorrências de infertilidade secundária. Por ser uma moléstia tempo-dependente, o diagnóstico precoce é fundamental para o oferecimento da correção cirúrgica e o fim do seu impacto negativo para a produção e a qualidade seminal.

Não resta dúvidas que é neste período que a atenção à saúde do adolescente masculino para prevenção de doenças e promoção de saúde, seja pelo urologista, hebiatra ou clínico geral, é primordial para uma boa manutenção do potencial genético reprodutivo. Apesar de toda esta importância, pesquisas recentes realizadas pela Sociedade Brasileira de Urologia mostram que apenas 4% dos meninos adolescentes frequentam o urologista regularmente neste período da vida. 

Adultos jovens de 20 a 40 anos:

Idade considerada a mais saudável e o ápice de produção de espermatozoides, seja pela maturidade do eixo hormonal ou pelo término do crescimento do volume testicular. Entretanto, a aquisição de hábitos de estilo de vida ruim (como sedentarismo e alimentação rica em ultraprocessados), a pouca conscientização de promoção de saúde adquirida na adolescência e visitas aos médicos apenas na existência de doenças agudas propiciam uma perda importante do potencial reprodutivo. Nesta fase, as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são uma das principais causas de infertilidade masculina e feminina, gerando nos homens infecção testicular e epididimária com consequente redução na produção e na qualidade dos espermatozoides ejaculados. 

Adulto maduro acima dos 40 anos:

assim como as mulheres estão tendo sua primeira gravidez com idade mais avançada nos dias de hoje em relação há 30 ou 40 anos, o mesmo ocorre com o sexo masculino. Não raro encontramos homens acima de 45 anos engravidando suas parceiras pela primeira vez, seja pela demora da estabilidade profissional e financeira para a vinda do primeiro filho ou até por ser um novo relacionamento com uma mulher mais jovem sem filhos ainda.

Entretanto, esta gravidez acima dos 40 anos pode não ser tão fácil de ser conquistada. Isso, devido ao processo natural de envelhecimento das células produtoras de espermatozoides, pelo meio do estresse oxidativo. Homens acima de 45 anos podem apresentar um risco maior de fragmentação de DNA espermático e também de aneuploidias (alterações cromossômicas que podem gerar síndromes genéticas). Algumas doenças nos filhos, como esquizofrenia e autismo também estão relacionadas à idade paterna avançada em razão de mutações genéticas adquiridas ao longo do tempo. 

Avaliação da fertilidade masculina:

– Espermograma;
– Fragmentação de DNA espermático;
– Perfil hormonal;
– Exame de Imagem;
– Avaliação genética.

Doenças e tratamentos:

– Azoospermia obstrutiva: causas e tratamentos;
– Azoospermia não obstrutiva: causas e tratamentos;
– Varicocele: causas e tratamentos;
– Infecções Sexualmente Transmissiveis (ISTs) – causas e tratamentos;
– Criptorquidia: causas e tratamentos;
– Fibrose cística: causas e tratamentos;
– Tabagismo e drogas: causas e tratamentos;
– Álcool: causas e tratamentos;
– Síndrome de Klinefelter: causas e tratamentos;
– Síndrome de Kallman: causas e tratamentos;
– Obesidade:  causas e tratamentos.

* Colaborou como fonte neste texto o médico Daniel Zylbersztejn, da DSZ Medicina Reprodutiva.